Querida Morte
   " Ó morte querida, esperada  Tu és por mim a mais desejada.  Quero o teu único beijo, longo, fatal,  Frio, cheio de desejo.  Venha me abraçar, em teus braços me envolver,  De modo tal,  Que me liberte deste infindo padecer.  Livra-me de tudo, ó Amada!  Conduza-me à paz eterna  E indiferente existente no vazio do Nada.  Carrega-me contigo em teu alado corcel  A voar através do céu.  Quero perder-me em tua escuridão  Tão cheia de compaixão  Sejas para mim a mãe mais terna  Que eu pudesse possuir.  Deixa-me de meus pesadelos fugir.  E, das tristezas e desenganos da Vida  Afasta-me, pois feliz não fui  Enquanto eu vivi.  Venha, ó Morte, fiel companheira!  Tu sim és a amiga derradeira  E não a Vida - aquela mentirosa! -  Que faz promessas enganosas  E quando dela mais precisamos,  Nos abandona à nossa própria sorte.  Te desejo tanto, Morte!  Clamo por ti!... - Morte, onde estás? "